Ninguém pode se considerar "professor" se aqueles a quem ensina nada aprendem.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Foi um Davi que enfrentou Golias



     A candidata do Partido Verde (PV) à Presidência da República, Marina Silva, disse neste domingo que, nesta campanha eleitoral, foi um “Davi” que enfrentou “Golias”, em referência a seus principais adversários, Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB).
     “Que Deus abençoe nosso país, nossa oração, e que seja feito o melhor para o Brasil. Foi uma luta de Davi contra Golias. Acertamos a primeira pedra, quebramos o plebiscito e promovemos o debate”, declarou Marina antes de votar em Rio Branco, capital do Acre, estado onde nasceu.
     O comentário de Marina foi uma referência à polarização das campanhas presidenciais entre o PT e o PSDB, enquanto o PV se apresenta como uma alternativa.
     Pelas últimas pesquisas divulgadas na noite de sábado pelo Ibope e pelo Datafolha, Marina obteria 17% dos votos válidos (excluídos os brancos e nulos), com os quais ficaria em terceiro lugar na disputa presidencial.
     A favorita é Dilma, apadrinhada do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a quem as pesquisas preveem entre 50% e 51% dos votos, com os quais estaria no limite de ganhar a Presidência já no primeiro turno.
     O segundo é Serra, do PSDB, que detém 31% das intenções de votos e seria rival de Dilma em um eventual segundo turno, em 31 de outubro.
     Apesar das pesquisas não a favorecerem, a candidata mostrou-se confiante de que “haverá outra eleição”, em referência ao segundo turno.
     Marina Silva votou em um colégio eleitoral na sede do Instituto de Colonização e Reforma Agrária (Incra) em Rio Branco, onde chegou após fazer uma oração com um pastor da igreja evangélica à qual pertence.

Dilma perdeu voto entre os evangélicos. Serra se beneficiou

     Dilma Rousseff (PT) perdeu votos particularmente entre os eleitores evangélicos durante o mês de setembro e, no mesmo período, sua rejeição nessa parcela do eleitorado aumentou mais de 50%.
     Segundo pesquisas do Ibope, Dilma tinha 49% entre os eleitores evangélicos no final de agosto. No dia 23 de setembro, caiu para 42%, abaixo dos 50% que o instituto registrou para ela no total da população. E sua rejeição nesse segmento, que era de 17%, subiu para 28%.
     José Serra (PSDB) e Marina Silva (PV) se beneficiaram com esse deslocamento.
A intenção de voto do tucano entre os evangélicos saltou de 21%, no dia 26 de agosto, para 31% em 23 de setembro (tinha 28% no total da população, segundo o Ibope). Marina, por sua vez, passou de 13% para 18%, contra 12% no total.
     De acordo com o levantamento do Ibope, os evangélicos representam 20% do eleitorado brasileiro. Isso significa que os sete pontos perdidos por Dilma nesse segmento representam 1,4 ponto no total da população (margem de erro de dois pontos).
     Em uma eleição como a deste ano, pequenas oscilações podem definir se haverá ou não segundo turno. Por essa razão, Dilma convocou reunião de emergência com líderes religiosos para tentar estancar a sangria eleitoral.
     Segundo o sociólogo Antônio Flávio Pierucci, da USP, é preciso cuidado ao afirmar que se trata de um “voto evangélico”. Ele, assim como outros especialistas ouvidos, dizem que a religião nunca foi uma variável importante para o eleitor.
     Pierucci conduz pesquisa em igrejas evangélicas e afirma que há uma campanha radical contra Dilma. Mas ele diz que as razões espirituais não são tão importantes.
     “Existe um discurso quase mitológico que procura demonizar Dilma. Há um medo, a meu ver infundado, de que seu governo venha a restringir os meios de comunicação, que são o oxigênio do crescimento.


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